10 de outubro de 2010

there's a light that never goes out

Primeiro eu achei que nunca conseguiria falar sobre isso aqui. Mas aí eu percebi que eu consigo sim, e que eu devo fazer isso. Porque só quando eu escrevo eu consigo entender e aceitar.
A verdade é que eu posso escrever, mas você podia fazer qualquer coisa que quisesse. Você era simplesmente bom DEMAIS em tudo. Escrever, desenhar, dirigir. Perdi as contas de quantas vezes nós conversamos sobre fazer documentários ou curtas juntos. Principalmente sobre os yuppies, todos aqueles que não compreendiam nossas almas e a liberdade que elas exigem da gente dia após dia.
Bom, Matt, agora você está livre de verdade.
Eu não te culpo por querer se livrar de todos eles e não os culpo por não te compreenderem. Quero dizer, eles são apenas yuppies, não é mesmo? Eles nunca entenderam. Eles não entendem. E eles nunca vão entender.
Mas uma coisa que eu não estou conseguindo ignorar é o fato de que ELES estão ignorando toda a situação. Parece que o que aconteceu há menos de duas semanas foi um fato corriqueiro. Eu sei que você sempre me disse pra não ter medo de ser o que eu era e pra não ligar pra opinião deles, mas me deixa doente o que eles falaram sobre você, e mais ainda, o que eles não falaram. Eles não falaram o quão genial você era, nem como você andava de uma maneira engraçada quando estava feliz, nem o quanto você se dedicava ao que realmente amava. Você era tão incrivelmente diferente e eles nem tiveram a chance de saber disso.
O engraçado é que até algumas pessoas que te conheciam não te entendiam direito. Quero dizer, aposto que você estava completamente entediado aí na sua nova dimensão até a gente começar a cantar Vanguart (e aposto também que você riu um bocado do quanto Ítalo e eu nos empolgamos tentando imitar o tom do Helio Flanders).
Há duas semanas atrás, a minha maior angústia era não saber como matar tal aula sem me ferrar ou não saber se uma certa pessoa me ligaria... Mas agora parece que eu não sei de mais nada; parece que tá tudo bagunçado, porque, na verdade, eu não ainda entendi nada além de que você se foi e eu nem pude dizer o quanto eu queria ser metade da pessoa que você era. E tá foda de aceitar.

Matheus Nogueira, obrigada por me ensinar tanta coisa nesses últimos anos. Não te preocupa porque eu e os meninos vamos continuar na luta por tudo o que você acreditava, pelas poucas coisas que são verdadeiras, pela tua revolução pessoal. Você vai ser pra sempre meu ídolo.

ROCK IN PEACE

12 de abril de 2010

Backstage

Quando eu tinha uns 10 anos, achava que Kiss era uma banda interessante. Não a melhor do mundo, nem de longe a pior... Interessante, apenas. Eu escutava Pink, boybands de um hit só, e, quando meus ouvidos davam sorte, uns cds dos Beatles da minha mãe. Nada de rock 'n' roll all night and party everyday. Nenhum sinal do Kiss. Eles eram apenas uns caras peludos usando calças apertadas e botas plataforma. Tipo aquele travesti da rua de baixo, mas com instrumentos incríveis. Hoje, vejo o Kiss como uma das maiores bandas de toda a história. O que me fez mudar de opinião? Um DVD, intitulado "The Second Coming", que comprei por cinco reais em uma dessas megastores.
O DVD é dividido em show e documentário. A parte do show é aquela minha primeira impressão sendo confirmada: uns malucos espalhafatosos fazendo róquenrôu do velho e do bom. A parte documentário fala sobre a turnê que marcou o retorno da banda após 17 anos separados, em 1996 e 1997. Gente, conta comigo: dezessete anos. Mais de seis mil dias. O tempo que eu tô na terra e mais uns trocados. É tempo pra PORRA. Mas lá foram os quatro loucos tentar lotar arena de novo em tudo quanto é canto do mundo. Conseguiram.
Acho que deveria se chamar The Second Chance. Aquela turnê foi um pedido de desculpas aos fãs. Foi um "vocês tem razão, nascemos para a música, desculpe se duvidamos disso". Mas tem o lance do sucesso da coisa. Se os fãs não os tivessem perdoado, não seria um retorno, e sim um fracasso.
De uma forma extremamente maquiada, o Kiss me ensinou algo essencial. É necessário dar a cara a tapa, a volta por cima. The show must go on. The show WILL go on, com ou sem você. E é preciso escolher que seja com. Pode parecer difícil, mas sempre haverá alguém por perto. Mesmo que não sejam milhares de pessoas gritando num estádio, sempre haverá alguém por você. O Kiss se reergueu sendo apenas o Kiss. E de salto alto.
Obrigada à todos que têm lotado essa arena bizarra que tem sido a minha vida. Só eu sei o quanto é maçante continuar "em turnê".
Vejo vocês no camarim, porque aqui, no backstage, ainda tem muito a ser feito. 
E o show não para.
Nunca.


Considerem esse texto minha second coming
E pra quem é louco não sabe a história da banda, aqui um pouco sobre eles.

27 de março de 2010

Hora do Planeta 2010

Hoje, 27 de março, é dia de Hora do Planeta. Lembrando que não adianta ficar uma hora no escuro fazendo o correto se nas outras 23 horas você fez o errado. Mão na consciência, galera, mão na consciência... E no interruptor, também!

26 de fevereiro de 2010

Te amo pra sempre (até amanhã)

O ano era 2006. Segundo o meu RG eu não tinha muito mais do que doze anos, mas no orkut eu tinha mais de 600 amigos, meu livro de visitas do fotolog sempre estava lotado de comentários de pessoas que me adoravam, mesmo sem saber a minha idade, os meus gostos ou do meu amor eterno por sorvete de flocos. É, todo mundo me amava! Então por que será que foi o ano mais triste da minha vida? Será que o amor de tantas dessas pessoas não conseguia se materializar fora da tela do computador? 
Dessas dezenas de pessoas que me amavam, eu posso falar o nome de dez ou quinze que ainda mantém o mesmo contato, que realmente fazem a diferença, que fazem com que eu acredite naquelas três palavras tão banalizadas. Se todo mundo que dissesse que me ama realmente me amasse, eu provavelmente já estaria no comando do país, e não numa escola tradicional de uma cidade minúscula estudando fórmulas ridiculamente complicadas.
Acho que entendo esse pessoal, sabe. Já passei por essa fase. Afinal, em um mundo tão necessitado de sentimento, não seria mais fácil pegar um desconhecido e transformá-lo no amor da minha vida? Seria. E por isso que não o faço: é muito melhor conquistar o afeto de alguém que realmente merece a sua consideração do que sair gritando pelos 4 cantos do mundo (ou pelo fotolog, orkut, twitter, formspring...) que o fulano de tal é seu BEST e que você o ama mais que tudo quando você nem vai se lembrar dele daqui a dois anos. A internet aproxima as pessoas, mas às vezes, essa aproximação é tão verdadeira e duradoura quanto uma bolsa Prada de camelô. Amor que é amor não acaba; pode se modificar, se transformar num relacionamento mais frio, numa amizade mais distante, mas continua lá, guardado e pronto para ser usado - não pronto para usar alguém. Amor não se apaga como se apaga um comentário em um link qualquer do cyberespaço. 
Falando nisso, abri as guias do meu navegador agora. Em uma janela, estou vendo meu segundo fotolog, de 2007, cheio de comentários adoráveis de terceiranistas que hoje torcem o nariz ao me ver passando no corredor. Não, eu não fiz nada para elas. Não, elas não fizeram nada para mim. Excluí a conta, apenas isso. E nós, que achávamos que arrobas e abreviações eram o bastante para amar alguém nos "distanciamos" mesmo estudando a poucos metros de distância. Quando fiz outro compartilhador de fotos, os comentários das mesmas meninas que me amavam pra sempre, minhas supostas bffs, passaram a ser "foto linda, passa no meu?". 
Na outra guia, o orkut está aberto, e a prima de um colega meu que diz gostar muito das minhas fotos assina um depoimento com "Te amo muito, Bea linda!". Ok, sou humana, adoro que me elogiem... Mas o máximo de contato além-internet que eu tive com essa menina foi um "Oi, você tem visto o fulano?" totalmente desanimado e sem graça. Eu poderia ter dado mil abraços e feito declarações de amor afirmando o quanto "você é especial mesmo com pouco tempo vulgo 10 minutos de convivência", mas preferi apenas responder com um sorriso. Porque gestos pequenos se transformam em amor, não o contrário. As palavras nunca devem ultrapassar os sentimentos, e sim expressá-los. O sentimento de verdade apenas se sente, não dá pra recusar, aceitar ou deixar pendente. Não dá pra excluir o amor da sua comunidade do orkut ou ignorar a reply da amizade. Pelo menos, não com apenas um clique.
Sou a favor do "adoro seu jeito de sorrir", do "você é muito engraçado", do "eu adoro sair com você"... Usar um "eu te amo" no lugar dessas verdades faz tudo parecer mais simples e ao mesmo tempo mais completo, mas descobrir que o "eu te amo" na verdade é um "eu queria te pegar"?
Ah, me chame de antiquada, mas eu prefiro um amor real que acaba comigo ao amor cor-de-rosa que simplesmente não existe. Sim, aquele sentimento monstruoso que me faz reclamar aqui o tempo todo é um dos dois únicos tipos do amor que eu costumo considerar pra levar pro resto da vida. O segundo, pra ser mais clara.
Porque em primeiro lugar, é claro, vem o meu amor por sorvete de flocos.

20 de fevereiro de 2010

Hometown glory

Eu tinha planejado só postar em março, só pra bancar a chata que sempre sou e dizer que fevereiro foi um tédio, ou bancar a CDF e dizer que passei o mês estudando... Bem, em primeiro lugar, não aconteceu nada disso. Em segundo, por mais que eu planeje as coisas, elas nunca saem do jeito que quero... E quem sou eu para frear meu desejo de escrever? Não tenho independência em muitos setores, então quando me dá vontade, não posso reprimir meus dedos de esmagarem as teclas do notebook, né? 
Enfim. Não vou falar do mês detalhadamente, até porque esse blog nunca foi exatamente um "Querido diário, hoje o fulano disse que me ama e fomos tomar sorvete!", e sim um "Puta merda, acabei de perceber que meu affair prefere jogar colheita feliz do que sair comigo" ou um "Hoje não quero conversa, morram, mas leiam isso aqui antes".
Não sei se já reclamei falei disso aqui, mas o meu janeiro foi lastimável. Horas improdutivas (vide: sem postar) em frente à uma tela fria e sem ninguém, já que todo mundo resolveu ser praieiro, solteiro e o que mais as cidades de veraneio permitissem. Prometi a mim mesma que tiraria o atraso no resto do ano, fazendo o que eu mais gosto e sei fazer: errar. Fazer besteira. Me arrepender. E depois vir contar tudo em desabafos cheios de expressões chulas e sarcásticas aqui. Ai, liberdade de expressão é tudo!
Pontos memoráveis dos últimos meses: um garoto passageiro do tipo bonitinho mas ordinário, um outro nem um pouco ordinário :), nenhuma vodka, a perda terrível que foi a morte do McQueen e uma viagem de última hora pra Fortaleza, que é onde estou agora, lamentando o fato de não ter ido na Galeria do Rock e surtando por ter feito outras mil coisas. Conheci pessoas incríveis, revi outras tão incríveis quanto, me apaixonei por alguns pares de sapatos, empobreci minha mãe, engordei alguns quilos com junkie food e faria tudo em dobro. (O melhor de sair de suas origens é quando você retorna... Odeio multidão, mas aqui até isso me parece bonito! Ok, chega de bancar A Filha Pródiga.) 
E o resto? Ah, o resto só o tempo dirá... 
Aliás, eu mesma direi, assim que terminar de arrumar as malas, dormir, passar 11h num carro, chegar em casa, dormir mais e organizar minhas ideias. Porque às vezes tudo o que a gente precisa é de um tempo longe. 

E eu, meus queridos, tive o que precisava:

Não me segurem, não me pressionem, e, por favor, me amem. Estou de volta. Ou vocês acharam que eu já tinha reclamado o bastante?


Ei, universo, obrigada. Continue colaborando... Apesar dos contratempos, estamos nos dando bem!

28 de janeiro de 2010

Sobre gratidão e preguiça

Não ganhei nenhum reality show ultimamente, mas acho digno a gente mostrar que se importa com quem se importa... Hm, vocês entenderam.

Isso era pra ser um coração. ERA.

1 - Blorkutando
Fiquei em 2º lugar na semana passada com meu último post (Everybody's gotta learn sometime), o que me fez ver que eu devo deixar mais as coisas pra última hora... Tá, mentira. Eu tenho que aprender a cumprir prazos. Mas enfim, valeu!
2 - @giovannamoser_
A guria simpática que fez o layout novo do blog e que me fez ficar "OMG esse é o meu blog?" :) AMEI, muito obrigada mesmo linda, cê manda muito em HTML!
3 - @NaatanaBatista, @goldenlais 
E todo mundo que lê o PTS, comentando ou não. Obrigada meninas por sempre estarem aí lendo meus devaneios bobos e me dizendo como eu sou preguiçosa, haha! Isso é muito importante pra mim :)


Logo logo a rotina de estudar ou ao menos fingir que estou estudando começa, então é provável que eu tenha menos tempo pra escrever... O que com certeza vai me dar mais vontade. Afinal, eu vi o resultado do ENEM ontem. Minha média em redação foi 650.0, e não importa se eu era apenas 1º ano, em 2010 eu prometo fazer valer a chatice de ter que estudar. Até porque acabei de ver a final de Stylista, aquele reality (bem mais legal do que BBB, by the way) sobre uma galera tentando vaga na Elle, e eu não acho que vá conseguir desse modo. E eu quero demais isso.

OBS: Ana Beatriz adverte para si mesma: A Lei da Atração não funciona se você não souber outras leis, como por exemplo, as da física. Estudarei. Ou então retornarei às minhas aulas de guitarra, porque sabe né, ser rockstar também não é nada mau.

22 de janeiro de 2010

Everybody's gotta learn sometime

O mundo hoje é palco pra todo tipo de besteira possível. Há gente que sequestra, rouba, mata... Erros imensuráveis, sem sombra de dúvidas. Há também gente que paga de tigresa em rede nacional, que bota V!D@ L0k@ no sobrenome do orkut ou que torce pro São Paulo. Coisas que, vamos e convenhamos, também não são lá o cúmulo do acerto.
Mas o que ferra tudo de vez, que faz o erro ficar lá, estampado, mais chamativo do que Cine e Restart tocando juntos (lembrete: tenho que parar de fazer brincadeirinhas com essas bandas, todas as minhas amigas adoram) é que a gente não sabe classificar os erros. Bota tudo no mesmo saco sem nem considerar as justificativas. "Você está ERRADO, pronto!". Pronto nada! Certo, eu odeio o São Paulo. Certo, se houvesse uma patrulha de moda no BBB10 a Jose seria presa e condenada à prisão perpétua. Mas a gente não pode achar que é tudo a mesma coisa. Estamos há pelo menos dois mil anos cutucando, selecionando, organizando e nomeando coisas. Por que erro tem que levar um nome só?

Não tô dizendo que você deve ignorar e esquecer tudo só porque ele estava bêbado ou porque ela estava "confusa". Acho que sempre vai ter alguém pra dizer que perdão é lindo, perdão é vida, perdão vai te levar pro céu... Não serei eu a que vai te dizer isso. Até porque... experimenta ser você a idiota vítima da história. É, sua visão pode mudar. Que todo mundo erra, a gente já sabe. A gente só não sabe consertar os erros e perdoar os errados. A grande merda do erro é essa, às vezes, por mais que você perdoe alguém, você continua a lembrar daquela vacilada que a pessoa deu. Muda toda uma imagem. Gritos não podem ser abaixados nem lágrimas podem ser devolvidas aos olhos. Uma traição. Um roubo. Um amor que se perdeu. Já foi, já passou. Não tem volta. Foi um erro. Mas foi também um aprendizado.
E se você não conseguir perdoar, a gente te dá um desconto. Não é fácil descobrir que quem fingia amar você acabou amando mais uma garrafa de whisky e uma morena que estava perto demais. Mas acho que esse é o espírito da coisa. Errar é como estar na escola pra sempre. É, escola. Aquele lugar onde você passa ao menos 200 dias por ano e que reza pra que acabe logo, mas quando acaba, você surta, porque percebe que a coisa só fica pior e mais complicada. Você conta os minutos pra que chegue o fim da aula só pra quando chegar em casa estudar mais ainda - e sem a companhia dos colegas de classe. Só que falhar não é uma tarefa solitária. Você nunca fica só. Há sempre milhares de dedos apontando pra você e fazendo você se sentir menor do que um grãozinho de areia. Mas você não quer ser um grãozinho. Você quer ser parte do monte de areia. Você quer se enterrar aí. Porque às vezes, você aprende. E às vezes, você só ferra tudo.

E não me venha com mais clichês; não adianta dizer que errar é humano se você está agindo como um animal. Nesse caso, nenhuma patrulha da moda ou mudança de time vai fazer com que você se perdoe. E se você gosta de estampa oncinha, me perdoe, mas não ligue: você pode estar em um reality show no próximo verão.

14 de janeiro de 2010

Papa-paparazzi!




Ultimamente eu tenho recebido algumas críticas. Tá, eu sempre recebi, e acredito que você também, e sua mãe, e seu avô, e seu cachorro... Todo mundo critica e ninguém é perfeito, né? Ok, reformulando: ultimamente eu tenho me irritado com algumas críticas que tenho recebido. Uma coisa é crítica construtiva, acredito que essa melhora a gente, não vem com o intuito de ser uma pedra na cabeça, mas de tirar várias que podem aparecer pelo caminho. Outra coisa completamente diferente é detonar alguém por ser diferente de você, não ter os mesmos gostos, não ir aos mesmos lugares. Tenho escutado gente falando que prefere meu cabelo liso ao natural, que meu cabelo liso fica artificial, que eu deveria deixar como está, que eu não deveria ter descolorido uma parte, que eu deveria sim, que eu não devo colocar roxo, nem azul, nem cor nenhuma aliás, que eu devo entrar no Big Brother... Hmm, NOT. Essa última foi só pra descontrair. Aliás, um arco-íris esse BBB10 hein? Só fica mais colorido se chamar a banda Cine pra tocar lá. Mas, oi, hipocrisia? Parei com as críticas aos coloridos. Daqui pra frente, só com os colorados.
É sério: ando me sentindo a Lady GaGa. Só que sem o talento, os milhares de fãs e o meu nome diariamente nos Trending Topics do Twitter, é claro. Mas parece que o pessoal daqui curte falar de mim tanto quanto. E olha que de platinado o meu cabelo só tem alguns fios.
Bom, aqui vai o meu apelo: deixem-me em paz! Não tô fazendo mal a ninguém nem interferindo na vida de ninguém (se estiver, por favor, me avisa, juro que não é de propósito, eu paro!), estou? E ainda empino o nariz pra uma da série "Clichê Também É Cultura": tem quem goste. E tem mesmo, ué, o George Bush não se casou, teve filhos e o bagulho inteiro? Eu, que tô aqui quietinha no meu notebook falando da minha vida e não fazendo guerra com a dos outros também devo conseguir fazer alguém gostar de mim com todos os meus defeitos, certo? Fora que o que é bonito pra um, é bizarro pra outro. Nem tudo que é defeito pra você é qualidade pra mim, e vice-versa. Não se pode agradar a gregos e troianos e em questão de romance, eu só me importo com os ingleses!
À partir de hoje, só darei ouvidos a quem realmente vale a pena. Não gostou do modo como falei com você, eu mudo, mas não gostou do modo como me visto? A história é outra. Se um dia eu emplacar vários sucessos de refrões chiclete, com clipes bizarros e coreografias escrotas, prometo que deixo falarem de mim. Mas por enquanto que estou aqui, feliz em meu anonimato, imploro: vão encher o saco da GaGa!


PS: já que o assunto em pauta é a minha estranhice, resolvi colocar fotos minhas =)

31 de dezembro de 2009

Don't cry for me, 2009!


 "Então esse é o ano novo e não tenho nenhuma resolução

Para penas assinadas por mim mesmo

Para problemas com soluções fáceis

Então todos coloquem suas melhores roupas! Vamos fazer de conta que somos ricos só por hoje
Fogos de artifício na varanda da frente 
E trinta diálogos enfiados em um só"
(The New Year - Death Cab For Cutie)












Olha, se tem uma coisa que eu não entendo é Reveillón. Todo mundo sem dinheiro e enchendo a cara pra esquecer o que aconteceu de ruim no ano que se passou. Mas hoje, diferentemente do meu clima nada natalino Papai-Noel-Vou-Quebrar-Seu-Trenó, eu não estou deprimida ou entediada; no mínimo, me bate uma angústia. Começo a pensar no ano que está acabando, penso em janeiro, nas férias de verão, em fevereiro, volta às aulas, em março... Tá, chegando em maio já me sinto nauseada e começo a fazer planos pro ano que se aproxima. Perto das doze badaladas eu começo a pensar: Do que, afinal de contas, eu vou realmente me lembrar? O que mudou minha vida esse ano? Ok. Here we go.
Em 2009, as coisas não saíram como o planejado. Pra todo mundo, imagino. Nunca saem. Talvez por isso esse tenha sido o ano mais intenso da minha vida - tanto no sentido ruim quanto no bom. Recuperei algumas amizades, fortaleci outras, fui a shows incríveis de algumas das bandas mais AFUDÊ (Simple Plan, Cachorro Grande, Nação Zumbi, Retrofoguetes, FRESNO...) com pessoas não menos do que fantásticas, adquiri alguma confiança em mim e nenhuma no mundo... É, foi um ano memorável. Certo, eu me decepcionei com muita gente. Mas eu também conheci pessoas maravilhosas que eu pretendo levar comigo, se não pro resto da vida, por muito tempo. É verdade que eu me dei mal mais vezes do que posso contar. Mas eu aprendi muito. E ainda me diverti pra caramba sendo a má influência das gurias.




Algumas lições aprendidas em 2009 (afinal, seria injusto me ferrar tanto sem retorno):

- Não importa o quanto você ame uma pessoa e ela ame você. Vocês ainda assim vão arranjar um jeito de machucar um ao outro.

- Algumas coisas nunca mudam, mas algumas mudam pra sempre. Estranhos podem se tornar melhores amigos e melhores amigos podem se tornar estranhos.
- Não desista do que você quer. Se você cresceu escutando Simple Plan e SP vai fazer um show à 200km de você, você VAI. Não importa o quanto o seu melhor amigo diz que você está acabando com seu bom gosto. Afinal, seu melhor amigo é rubro-negro.
- Não seja abduzido pelo cinema. Não fale coisas bonitas pra pessoas que não merecem só porque, em um roteiro, ficaria lindo. Ou porque você assistiu Closer muitas vezes e está se achando a própria Alice. Lembre-se que a Alice sempre é a avoada da história.

- Mais uma vez: não desista do que você quer. Se você passa por tudo quanto é loucura pra ver a peça do seu ator favorito, não é um bando de atrizes de terceira e um segurança de merda que vão te impedir de abraçá-lo e gaguejar como uma idiota na frente dele, oras!
- Por favor, se o seu amigo que te ama e te quer bem diz que um cara não presta, acredite nele.

- Já que tu não acreditou, porra, aproveita o guri. Mas não esquece: vai dar em merda.
- Não misture vodka com vinho porque o cara que você gosta não sabe misturar amor com responsabilidade.
- Alguns fantasmas sempre voltam. Cabe a você mandá-los de volta ao seu lugar de origem, você sabe... LÁ.
- Pronto, idiota. Você se envolveu tanto com casinhos e rock 'n' roll all night and party every day que esqueceu de estudar. Nada de estrago, nada de saída, nada de nada. Mas não se preocupe: recuperação is the new black!

Eu não lembro tudo o que aconteceu em algumas ocasiões, o que nos leva a...
- Fique longe de vodka. Já ouviu falar de apagão pós festa? Então.

- Se você quiser ficar perto da vodka, procure ficar perto de pelo menos A) um sanitário B) um amigo que saiba como segurar a sua franja sem bagunçá-la C) uma balinha de menta, porque vômito não é a coisa mais agrádavel ao paladar, sabe.

Pra finalizar eu poderia desejar festas insanas, dinheiro e que o seu time ganhe a Copa do Brasil. Mas não vou. Primeiro porque, se você for algum fulano de quem eu realmente não gosto, seria hipocrisia desejar que você ganhe na mega-sena e eu continue na merda. Segundo, porque se o seu time não for o Corinthians, eu realmente espero que ele perca. E sabe do que mais? Eu só desejo paz, amor e saúde. É o clichê, mas é o mais importante. O resto a gente corre atrás. Agradeço a quem me fez sorrir ao menos uma vez durante esse ano e peço desculpas se fiz alguém chorar. Você, que fez meu 2009 valer a pena de alguma forma, fica ligado. Se me abandonar em 2010, vai rolar um boxe!

Continuem bonitos. Porque 2010 vai ser o ano do estrago! :)



PS: A todos os fãs do "The Rev", baterista do Avenged Sevenfold, que faleceu essa semana devido a causas ainda desconhecidas, deixando o mundo da música e milhares de fãs órfãos- 'Cause everybody's gotta die sometime, we fell apart, let's make a new start 'cause everybody's gotta die sometime, yeah, but baby don't cry... (L)

28 de dezembro de 2009

O outono chegou mais cedo

- Um pré-texto pra você:
Hoje não é sexta-feira. É meia-noite e quarenta e cinco, não meio-dia e quarenta e cinco. Minha recuperação já acabou e o verão tirou férias, porque tá um friozinho dos céus. Mas o texto foi vomitado há alguns dias e, como não é raro eu me sentir deslocada assim, resolvi postar aqui.


Hoje é sexta-feira. São 12h45 e já estamos praticamente no meio de dezembro. Eu deveria estar de férias, mas não estou. É incrível como sempre deixo tudo pra última hora, quando quase já não há mais esperanças. A adrenalina me mantém viva. Saber que estou por um fio é um pouco reconfortante, porque se eu conseguir, o mérito é meu. Eu consegui, by myself. Se não, a culpa é minha. As consequências são minhas. Foda-se o que pensam: o problema é exclusivamente meu.
Saio pra almoçar com algum dinheiro e nenhuma animação. E aí a solidão bate. Eu me vejo escolhendo entre rabiscar algo em uma folha de rascunho ou fingir que sei mexer direito nesse computador novo. Não sei, não quero; prefiro meu velho caderno preto de capa dura. Mas o que eu realmente preferiria seria não ter sobre o que escrever. Não ser a rainha do drama em cada linha que escrevo. 
O almoço não está dos melhores. Mas o que eu queria? Caviar? Aliás, nunca comi caviar. Não sei que gosto tem e nem se se come no almoço, no lanche ou naqueles jantares em que todo mundo finge que é alguma coisa. O sol está intenso, nos últimos dias e desde o começo da primavera não tem sido diferente. Todo mundo fervendo. De calor. De tensão. Ainda assim, parece inverno. Outono, quero dizer. Inverno é uma estação linda e eu sempre estou com pessoas de que gosto. Outono é aquela coisa bonita, mas melancólica, triste. No outono todo o nós e o eles parece se tornar um eu nostálgico e sem graça. É esse negócio de mudança de clima, acho. 
Queria caminhar no parque, mas os "pacotinhos" que por ali circulam me proíbem. Quer dizer, a minha mãe é quem me proíbe; e dessa vez eu obedeço, porque, bem, faço muita coisa errada, mas me drogar não está na lista. Por exemplo? Estar aqui, escrevendo isso com cara de poucos amigos em um lugar lotado. Eu deveria estar estudando química. Ou física. Ou tentando entender porque até todo o conteúdo da recuperação é tão chato e ainda assim parece mais interessante - e mais fácil de resolver - do que os meus casinhos contraditórios e a minha relação conturbada com essas coisas esquisitas que são os humanos - os outros, os diferentes. Ou seria eu a anormal da história?
Tento voltar pra casa pensando na alegria que janeiro pode reservar pra mim. Talvez, afinal, eu consiga me sair bem com as exatas e saiba exatamente como mudar o que tenho feito de errado. Mas talvez eu não deva mudar, mesmo que saiba como.
Em casa. De alguma maneira, mesmo com todas as portas e janelas de vidro, aqui parece bem mais escuro do que no lugar fechado em que eu estava. Tem razão, nada mudou. Eu ainda sinto falta.


Eu deveria ter nascido em abril, não em setembro. Outono, não primavera.