28 de novembro de 2009

So baby can't you see? I've got to break free...


Tem dias que eu acordo e penso "A vida é muito curta pra que eu siga todas essas regras". São os dias em que eu faço o meu próprio regulamento, saio escondido, viro latinhas, volto mais tarde. Boto rock de garagem da mais baixa alta qualidade e canto as letras sujas o mais alto que eu puder. Sonho com shows, apartamento bagunçado e apenas um cachorrinho esperando eu e minhas colegas de apê (supondo que eu realmente vá pra Campina Grande, a N., a R. e a F.!) chegarmos de onde quer que estivéssemos: ele não vai nos botar de castigo ou dizer que eu tinha prometido chegar antes de 1h. A liberdade de expressão me permite falar o que eu penso e não deveria: posso dizer sim que o problema é você, meu bem, e não eu. Mas eu quero algo mais. Como diria Clarice: Liberdade é pouco, o que eu desejo ainda não tem nome.
Minha mãe vive dizendo que eu vou ralar um bocado quando for morar sozinha porque tenho que ser mais independente. Veja bem, independência é diferente de liberdade: ela quer que eu lave, passe, cozinhe
e mande correntes de orkut mas não que eu vá a excursões, faça intercâmbio e me vire pra sair à noite. Bom, acho que de tanto medir consequências, acabo sendo impulsiva o tempo todo. Se apronto alguma coisa no sábado, no domingo tô planejando ir "na casa de uma amiga" e chegar mais tarde por causa de um "trabalho". Aí entra a questão da independência - e dos achismos da minha mãe. Independência requer liberdade. O que é proibido é sim mais gostoso, e para saber o que é certo eu tenho que errar. Minha família gosta de me lembrar que não sou livre. Ah, meus queridos. Livre eu sou, tu és, ele é. Pelo menos parcialmente. É claro que muitas vezes nós estamos presos a um medo, um desejo ou uma pessoa, mas é momentâneo. Nascemos para a liberdade, as escolhas, os erros. O fato de termos nossos pensamentos, nossos gostos e teorias (e até nossas rebeldias) mostra que todos nós temos o gene da insanidade-pós-liberdade. E o 1º passo após a liberdade é a independência (imagino que o 2º seja o Nirvana).

Eu tenho um sonho - meio sem noção, admito - de fazer faculdade nos Estados Unidos. Os adolescentes pirados dos seriados fúteis que a gente odeia amar ou ama odiar de lá muitas vezes parecem verdadeiros rockstars com todo aquele sexo, drogas e rock 'n' roll (não que eu seja a favor de drogas, pelamor. Vamos substituí-las por livros, que tal?), e toda aquela independ... Quero dizer, liberdade. Porque a verdade é que eles devem à sociedade. À seus pais com montes de dinheiro e sem nenhum sentimento. Mudei de ideia. Eu não preciso de liberdade: eu preciso de independência. 
Tem dias que eu acordo santa. Aí eu viro de lado, puxo o cobertor, expulso o meu gato de cima de mim e volto a sonhar. Então eu acordo eu novamente, sobressaltada por ter dormido tanto: a reprise de Gossip Girl vai começar em 5 minutos!





PS#1 - andei sumida e inativa até mesmo no Blorkutando e no CDC, mas é que final-de-ano consome todo mundo, né? Dia desses eu desisto da matemática aí fica tudo certo, haha!
PS#2 - a frase do título é da música "I want to break free", do Queen.

11 de novembro de 2009

A importância de um click


Dizem que a melhor palavra para definir a fotografia é arte. Também dizem que o orkut novo é melhor e que chocolate dá espinhas. Bem, eu odiei o orkut novo e não ligo se, ao me deliciar com uma barra de doce, um ou dois pontinhos vermelhos pipocarem por algumas horas na minha cara. Vale a pena, ué! Ok, essa sou eu fazendo tempestade em copo d'água. Fotos são arte sim, mas pra mim o vocábulo que realmente as define é lembrança. Muitas vezes, não importa o quão desfocada, estranha ou até mesmo ridícula está uma foto. Vai lhe parecer bonita se ficou desfocada porque você começou a rir descontroladamente com seus amigos na hora do flash. Ou se ficou estranha porque na hora que o timer ia disparar, o seu namorado te roubou um beijo. Ou se ficou ridícula porque, em pleno ensino médio, você e seus amigos resolveram fazer uma festa de dia das crianças. Tudo é relativo. Pros outros pode ser bobagem, mas provavelmente, pra você e pra quem mais estiver na foto, será especial. Porque a fotografia capta momentos de nossas vidas que a memória não irá apagar - e se o cérebro falhar, lá está. Aquela fração de segundo, eternizada para quem quiser sentir a emoção outra vez, e outra vez, e mais outra.
Fotos são memórias: aquele sábado fora de casa, aquele domingo preguiçoso com a galera, uma imagem pode até mesmo guardar o som da risada dele, o calor do abraço dela. E é por isso que devem ser mantidas, cuidadas (e até manipuladas, se você for um ser muito ativo virtualmente haha), preservadas. Porque não é todo momento que é congelado. Não é todo sentimento que pode ser impresso, nem que ao colocá-lo num porta-retrato só retrate 1% do que você sentiu naquela hora.

É fato que hoje o narcisismo predomina, com câmeras disponíveis em vários tamanhos, cores, preços e resoluções. Ao mexer no celular do seu irmão, ao invés de belas paisagens, você pode encontrar screenshots de jogos ou imagens um tanto quanto... bizarras, mas eis outra vantagem da foto: ela geralmente revela o que o fotógrafo estava pensando. No caso, revela que o seu irmão é uma criança imbecil que não devia mexer com tecnologia. Narciso, por exemplo, enlouqueceria com as digitais de hoje em dia. Ele provalvelmente teria fotolog, flickr, flogvip, twitpic e uns 8 perfis no orkut, e seria mais popular entre as menininhas que os três colírios da Capricho juntos, mas isso deixaria claro que daquele "captador" não há nada que se aproveite. A não ser, quem sabe, alguns macetes do photoshop. E sabe do que mais? Eu meio que acho divertido o trabalho dos paparazzi - até certo ponto, claro. Uma coisa é mostrar sua artista favorita tomando um café tranquilamente, outra é mostrar que ela é uma bitch não acha bacana usar roupa de baixo (beijos, Britney!) -, porque às vezes eles pegam toda aquela "majestade" dos famosos e transformam a vida deles em apenas mais uma, e você sente que esse negócio de fama não é tão importante assim, afinal.



Fotografar não é nada menos do que uma maneira de olhar de fora o que há por dentro.

7 de novembro de 2009

Seleção (não tão) natural



Nada se exclui, tudo se seleciona. Tenho apenas uma década e meia de vida, e creio que realmente eu não sei de nada. Mas uma coisa que eu venho aprimorando são as minhas escolhas. Embora eu erre (e erre muito), pelo menos eu fui pelo que acreditava ser o certo. Ser seletiva não é ser fresca, não é querer ser underground e dizer que cultura pop é um lixo. Se liga: CULTURA pop. Cultura popular, algo que é feito para agradar a quase todos. Ser seletiva também não é se revoltar contra o sistema e dizer que tudo que é "do povo" é ruim. O povo, meus queridos, não é somente o mendigo da esquina nem o marginal da favela. 

Você é seletiva quando sabe que os bons amigos são poucos, mas que os poucos são muito bons. É quando se percebe que uma banda com cinco caras bonitinhos não é necessariamente uma banda com cinco músicos. Ser seletiva não é só escutar a cena europeia, mas descobrir que a música brasileira dos anos 60, 70 e 80, tinha sim, um brilho todo especial, broto. É saber que qualidade sempre vai ser superior à quantidade. E que certas pessoas não merecem a sua atenção simplesmente por quererem chamar a atenção de todo mundo. Felizes somos nós, os seletivos! Não queremos você por perto se não valer a pena - e se valer a pena, estaremos por perto de você.
É isso aí, chega de aceitar ou mandar depoimentos de "não quero te perder em 2010" pra gente que nem sabe dizer que importância o outro tem em sua vida. Tenho uma ideia de quem não quer me perder, e não quero perder ninguém que tenha me feito bem esse ano, ou em 2008, ou quando eu nasci. Porque não é todo mundo que sabe o que me faz feliz. Eu até faço um ranking, mas quem fez do meu ano o mais intenso da minha vida, sabe bem que eu quero a sua presença nos anos que virão, também.
Nada de eu te amos vazios ditos da boca (ou do teclado) pra fora. E quem me quiser pra si tem que saber que A) eu sou mais de mim do que de qualquer outra pessoa, e B) só se deve querer uma pessoa de cada vez, porque cada um de nós é completo, eu também sou. Não preciso de sentimentos frios digitados em madrugadas vazias, só porque a outra pessoa não tem mais o que fazer. Brincar quando se é criança é alegria, mas quando se cresce, brincar é idiotice. Principalmente se for com sentimentos. Principalmente se for com os sentimentos de alguém que pode revidar com mais violência do que se espera.


Mas se tudo der errado, e a minha seleção se mostrar um monte de figurinhas repetidas e rasgadas... I will ALWAYS have Vodka!

4 de novembro de 2009

Script errado




Às vezes eu queria que a vida fosse um filme romântico clichê. Que todos fôssemos horríveis e fúteis, mas ao conhecer a pessoa certa nos tornássemos pessoas maravilhosas e cheias de luz. Mas parece que os atores não gostam de seguir o roteiro. Pelo menos, não o meu.


Desde pequena eu me imagino produzindo todo tipo de coisa. Quando assistia MTV, videoclipes. Quando assistia musicais, um espetáculo da Broadway. Quando assistia um filme de ação, então, minha imaginação corria solta! Eu pensava em cada cena, em cada golpe, em cada carro se espatifando... Hoje em dia eu ainda assisto dezenas de videoclipes, alguns musicais (porque a maioria me dá sono) e não sou chegada em filmes de ação que não tenham o Tom Cruise ou o Vin Diesel. Mas a minha vontade de dirigir um filme só aumentou. Como quero cursar cinema em Brasília, e não em Recife, vou acabar tendo que esperar um tempo pra poder dirigir alguma coisa realmente "assistível". Então, seria pedir demais ter o controle da minha própria vida? Será preciso que o meu elenco não vai coperar? Terei que chamar novos redatores? Não. E sabe por quê? Porque viver não é como estar em um filme. A arte imita a vida, e não o contrário. O que a gente vê ali é pura fantasia, pra gerar sonhos que fazem a gente continuar.
O meu roteiro, que originalmente era uma comédia romântica, às vezes é suspense, muitas vezes vira aventura pela minha falta de juízo, e em outros momentos (vários) de desajuste emocional da minha pessoa, vira um drama europeu. Sim, o meu roteiro. Contradizendo tudo o que eu disse, muitas vezes eu vejo, sim, a vida como um filme. Escuto os gritos de "Corta!" de muita gente mas só paro quando sinto que a tomada realmente ficou um lixo. "Take 2!", eu grito. E sempre que posso, revejo os erros de gravação.
Mas deixa eu te dizer que isso aqui tá mais pra novela mexicana do que pra sucesso de bilheteria.



Texto que eu comecei anteontem no fotolog. Obrigada a quem leu lá, curtiu e me encorajou a terminá-lo :)

1 de novembro de 2009

Do you remember your mockingbird?

Ei, você! Você que não me ouve, não me lê, não me enxerga. Que não quer saber das notas nem dos sinais, que não se importa se os meus dias estão iguais. Saiu com ela, e com outra, e voltou pra casa como se nada tivesse acontecido. Como se você não tivesse sumido horas atrás. Você que nem questiona, não quer saber. Que se fosse perguntado não teria o que responder. Por que tantas mentiras? Parabéns! Você sobreviveu à mais um ano em um mundo feito como se especialmente pra ti: sujo, frio, sem graça. Um brinde à tua vida e ao teu caráter, que nesse momento, e desde muito tempo atrás, deve estar escondido em algum esgoto no norte do país. Se cuida, mas se cuida direito, porque em breve você pode estar por si mesmo. E aí o peso da tua consciência vai ser demais pra uma só alma. Serão muitos suspiros pra pouco oxigênio. Você vai tentar lembrar o que significa família e não vai conseguir, porque egoísmo e amor não combinam. Don't you know you supposed to be the man?


A explicação do título só é totalmente clara para mim, ok? Mas, pra quem ficar curioso, favor procurar nas letras do Eminem a música Mockingbird. Vale a pena, eu juro. E desculpem, mas eu tinha que vomitar. Espero que não tenha espirrado no sapato de ninguém. Mas amanhã, pela manhã, eu vou estar bem. Eu sempre fico bem.
Aponta pra fé e rema!



30 de outubro