10 de outubro de 2010

there's a light that never goes out

Primeiro eu achei que nunca conseguiria falar sobre isso aqui. Mas aí eu percebi que eu consigo sim, e que eu devo fazer isso. Porque só quando eu escrevo eu consigo entender e aceitar.
A verdade é que eu posso escrever, mas você podia fazer qualquer coisa que quisesse. Você era simplesmente bom DEMAIS em tudo. Escrever, desenhar, dirigir. Perdi as contas de quantas vezes nós conversamos sobre fazer documentários ou curtas juntos. Principalmente sobre os yuppies, todos aqueles que não compreendiam nossas almas e a liberdade que elas exigem da gente dia após dia.
Bom, Matt, agora você está livre de verdade.
Eu não te culpo por querer se livrar de todos eles e não os culpo por não te compreenderem. Quero dizer, eles são apenas yuppies, não é mesmo? Eles nunca entenderam. Eles não entendem. E eles nunca vão entender.
Mas uma coisa que eu não estou conseguindo ignorar é o fato de que ELES estão ignorando toda a situação. Parece que o que aconteceu há menos de duas semanas foi um fato corriqueiro. Eu sei que você sempre me disse pra não ter medo de ser o que eu era e pra não ligar pra opinião deles, mas me deixa doente o que eles falaram sobre você, e mais ainda, o que eles não falaram. Eles não falaram o quão genial você era, nem como você andava de uma maneira engraçada quando estava feliz, nem o quanto você se dedicava ao que realmente amava. Você era tão incrivelmente diferente e eles nem tiveram a chance de saber disso.
O engraçado é que até algumas pessoas que te conheciam não te entendiam direito. Quero dizer, aposto que você estava completamente entediado aí na sua nova dimensão até a gente começar a cantar Vanguart (e aposto também que você riu um bocado do quanto Ítalo e eu nos empolgamos tentando imitar o tom do Helio Flanders).
Há duas semanas atrás, a minha maior angústia era não saber como matar tal aula sem me ferrar ou não saber se uma certa pessoa me ligaria... Mas agora parece que eu não sei de mais nada; parece que tá tudo bagunçado, porque, na verdade, eu não ainda entendi nada além de que você se foi e eu nem pude dizer o quanto eu queria ser metade da pessoa que você era. E tá foda de aceitar.

Matheus Nogueira, obrigada por me ensinar tanta coisa nesses últimos anos. Não te preocupa porque eu e os meninos vamos continuar na luta por tudo o que você acreditava, pelas poucas coisas que são verdadeiras, pela tua revolução pessoal. Você vai ser pra sempre meu ídolo.

ROCK IN PEACE

2 arranhões:

Marcelle disse...

que lindo o texto.Mas tbm é meio triste.Ele morreu?Bom,de qualquer jeito amei o texto.Bem profundo e pus uma trilha sonora à altura rs.Normalmente,as pessoas não querem aceitar quem é diferente,só vêem os defeitos e não as qualidades.Ele parece ter sido muito especial.Fica bem,tá?bj

Marcelle disse...

Por quê abandonou o blog?Escreve,flor,please!bjs